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ESA traz a real chance de um novo ciclo econômico

Natália Müller Poll

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Foto: Anselmo Cunha (Especial)

Um futuro com geração de emprego e renda está no horizonte dos santa-marienses com a possibilidade da instalação da Escola de Sargento das Armas (ESA) no maior município do centro do Estado. Não se trata apenas de desejos do empresariado local e da própria classe política. Essa possível "guinada" na economia local é vista como possível e real por dois economistas que foram ouvidos pelo Diário. A consolidação dessa empreitada militar pode representar uma nova oportunidade de investimentos e, consequentemente, de "um combo de crescimento" na cidade: econômico, social e organizacional.

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Mesmo em meio a um contexto pandêmico, que é global, os especialistas são unânimes em um entendimento: as crises, ainda que cíclicas, sempre chegam a um fim. Só que, neste caso, Santa Maria - se for a cidade escolhida pelo Exército Brasileiro (EB) - poderá ver sua história sendo reescrita em meio a uma grave crise, que é sanitária, econômica e social.

Fato é que a vinda da ESA para a cidade traria benefícios a curto, médio e longo prazo. Especialistas avaliam como um "front" de outros investimentos semelhantes para Santa Maria. O movimento e o fluxo econômico, puxados pela escola, teriam um efeito multiplicador para outros setores da economia. Nesta constelação de investimentos militares, orbitam, como possibilidades a serem aportadas aqui, até mesmo a instalação de uma escola cívico-militar, que já está na pauta de alguns políticos.

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'FRONT' DE INVESTIMENTOS
A confirmação da instalação da ESA em Santa Maria trará, de imediato, um horizonte vasto de batalhas vencidas. Ao olhar um pouco mais à frente, o panorama pode ser ainda mais positivo para a economia local, já que as estimativas de crescimento para os anos subsequentes podem engrenar a cidade em um ciclo de crescente expansão econômica. Para o economista e professor da UFSM Daniel Coronel, o investimento representaria uma recuperação para a economia, já que a crise atual causada pela pandemia pode levar de 4 a 5 anos para ser minimizada.
- Mesmo que a história da economia da cidade, em partes, tenha sido contada com a presença do militarismo, o Exército se desenvolveu mesmo junto da ferrovia. Um investimento desses pode representar a possibilidade de crescimento de inúmeros setores, desde a construção civil, até o setor de comércio e serviços - explica.

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O também economista e professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) José Oreiro acredita que a médio e longo prazos as estimativas são ainda melhores.
- O contingente da escola vai representar 2% de acréscimo na força de trabalho do município. Com novas pessoas morando na cidade, haverá aumento da massa salarial. O contexto pós-pandemia vai ser amenizado, pois haverá um impulso da construção civil para suprir a demanda de moradia e, também, novas empresas passarão a escolher Santa Maria para investir - diz Oreiro.

POLO DE DEFESA
Desde o início do século 20, a defesa se faz presente na economia do município com a instalação das instituições militares. Dentro desta gênese, faltou uma coisa, até aqui, aponta o economista Daniel Coronel: reivindicar protagonismo como uma referência em um polo de defesa. Não menos importante, ele pontua, que, Santa Maria, neste tempo todo, se cacifou por vários títulos - cidade dos blindados, capital dos militares -, mas a relevância pode estar por chegar.

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Além disso, com toda a bagagem de tecnologia que o Exército movimenta, é possível vislumbrar para Santa Maria, a construção de um Arranjo Produtivo Local (APL) - que é quando empresas de uma mesma atividade se reúnem em uma determinada região geográfica - centrado na defesa.
- Seria o início de uma economia com investimentos em tecnologia. Para que isso aconteça e a cidade se transforme em um polo de defesa propriamente dito, é necessário planejamento. O Executivo municipal deve se alinhar e estreitar laços com o setor militar - explica o professor.
Além de ter a gigante alemã de blindados KMW - que tem na simulação um dos focos da empresa e que representará, até 2027, um investimento de mais de R$ 200 milhões em contratos com o Exército -, Daniel Coronel destaca "ter uma alta intensidade tecnológica" junto à defesa:
- Seria a chance de agregar valor e fazer, de fato, Santa Maria com uma política de Estado ser a capital, não só de blindados, mas da defesa.

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